27 de agosto de 2014

Era uma vez uma melhor amiga...


Eu tinha uma melhor amiga, por assim dizer. Éramos muito unidas, sabíamos de tudo uma da vida da outra. Mas claro que toda relação tem um problema. Nós duas meio que sempre estávamos competindo por tudo. Pra mim, nunca foi algo consciente e que eu soubesse que acontecia, mas ela sabia muito bem dessa competição. Ela fazia questão de sempre tentar me superar em tudo que fazíamos. Todo que eu fazia, ela tinha que fazer melhor. Tudo que eu tinha, ela tinha que ter mais. E ela jogava tudo isso na minha cara. Mas eu cansei. Cansei de sempre brigar mais do que se entender, me afastei. E ela arranjou um namorado. Um garoto legal até. Agora ela estava enchendo minha paciência. Não conseguíamos conversar sobre nada sem ser em como ela estava feliz com o namorado dela. Sei que pessoas apaixonadas ficam chatas pra caralho, mas passou semanas, meses, e ela não parava de falar dele. Comecei a me afastar mais, até chegar a um ponto em que eu já a estava ignorando no corredor da escola. Não conversávamos mais sobre nada e ela fez o que qualquer pessoa normal faria.
Arranjou outras amigas.
Claro que eu não fiz isso, se você já leu meu outro posto, deve ter percebido o quão estranha eu sou.
Me encontrei sozinha, de novo.
Sem ninguém do lado. Sem chão. E eu comecei a aprender que pessoas só te decepcionam.
E além de ela não fazer mais questão da nossa amizade, ela saiu por ai falando de mim pra outras pessoas. Dizendo que nunca gostou de mim e que eu era ridícula e coisas piores.
Claro, eu ignorei. Eu já tinha um grupo de pessoas que me odiavam desde o dia que olharam na minha cara, não precisava me preocupar com mais gente me odiando.
Música virou minha acompanhante. Quem conversa comigo. Quem me entende. Quem sabe exatamente o que eu estou sentindo sem ao menos perguntar.
E eu ainda sou gorda. Só pra você não esquecer o meu maior sofrimento do momento.

I am felling so all alone. No one's gonna
fix me when I'm broke


Vida, vidinha...


Sabe...

Ano pensando demais e falando/escrevendo de menos. Isso só me deixa com muita coisa na cabeça, muita coisa para pensar. E não gosto de pensar, porque sei que se eu pensar eu vou acabar ficando mal.
Eu penso em muita coisa, mas uma coisa que vem me chateando já faz um tempo é o fato de que eu sempre afasto as pessoas de mim.
Não de propósito. Acho que é porque sou assim mesmo. Uma pessoa feita para viver sozinha, um lobo solitário. Isso pode parecer deprimente ou clichê, mas é a verdade. Não fui feita para ter uma grande roda de amigos ou colegas, nem pra viver em família, eu sou o inferno.
Eu era boa nisso uns anos atrás. Eu era cativante, animada, hiperativa e feliz. E me arrependo profundamente de qualquer coisa que eu tenha feito para me tornar essa pessoa que eu sou hoje.
Feliz...ta ai uma palavra que eu não uso mais para descrever minha situação.
Ás vezes eu fico alegre, sabe, felicidade momentânea. Mas quando percebo que esses momentos são poucos, eu volto a ser essa pessoa.
Eu não tenho mais amigos como eu tinha antigamente. Talvez isso seja uma coisa boa...ou ruim. Sei que não tenho ninguém para desabafar ou contar uma coisa boa que aconteceu comigo. Não tenho uma melhor amiga e a pessoa que diz ser meu melhor amigo nem olha na minha cara direito, nem pergunta se eu estou bem. Mas estou acostumada com isso. Com as pessoas vindo atrás de mim só quando precisam de algo.
Eu já tive um namorado. Ficamos um mês e alguns dias juntos. Não sei se eu o amava, mas ele me fez falar as três palavras que todos querem ouvir um dia na vida. Falei um dia meio forçada, sabe? Ele terminou comigo um dia antes do carnaval com a desculpa que não estava mais sentindo a mesma coisa que ele sentia antes. Sendo que já tinham falado para mim que ele estava terminando comigo para poder aproveitar a vida.
Se eu fiquei mal? Fiquei... Mas durante o ano nós terminamos e voltamos muitas vezes. Disso eu me arrependo. Foi um péssimo ano.
Nesse mesmo ano, eu comecei a engordar. Não sei se foi por culpa do sofrimento, mas sei que agora eu choro todas as noites querendo acordar como eu era antes.
Eu era muito magra e não sabia disso e mal me importava com o meu peso. Agora, tudo que eu quero é voltar naquele tempo.
Claro que minha vida melhorou um pouco em geral, até fiz meu ex se arrepender de ter terminado comigo tantas vezes. Curti meu resto de ano, bebi, dancei, gritei, beijei, mas ainda sou virgem shaushas.
Comecei a ficar mais fechada, acho que isso foi culpa de ser tão machucada. Me fechei para vários garotos que tentavam alguma coisa, me fechei para as minha amigas que agora mal sabem da minha vida, me fechei para minha mãe.
Minha mãe, um assunto complicado.
Nós brigamos TODOS OS DIAS, sem exceção. Sempre por besteiras.
Eu nunca fui de contar as coisas para a minha mãe, demorou mais de dois meses até ela descobrir que eu tinha dado meu primeiro beijo. Eu simplesmente não me sinto confortável contado qualquer coisa para ela.
Eu gostaria de ter aquela relação em que sua mãe é sua melhor amiga e vocês são abertas uma com a outra e ela te ouve e te aconselha e no final de dá um abraço, mas sei que está muito tarde para salvar tudo isso que eu chamo de vida.
Eu já pensei em me cortar, bulimia, auto-flagelação, mas adivinha? Sou muito covarde ou muito inteligente para não fazer essas coisas.
Eu choro todas as noites quando eu coloco a cabeça no travesseiro. Ficar sozinha me faz mal, mas eé melhor, eu acho.
Eu queria alguém que virasse pra mim e dissesse que tudo vai ficar bem. Mas é divicil se abrir quando você tem medo de se abrir e acabar se machucando...de novo.


I guess it's all alright. I got nothing left inside
of my chest, bust it's all alright...